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Recursos úteis para tempos desafiadores

23/2/2021

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Lucia Maria Nabão – fevereiro de 2021
 
Estamos há 1 ano vivendo a pandemia do coronavírus em todo o planeta. O que esse evento tem mostrado para nós? De onde vejo, ele traz, pelo menos, duas grandes e importantes mensagens para a humanidade: de que somos interconectados e que somos seres vulneráveis.

Durante esse ano atípico, de isolamento social e incertezas, tenho vivido e acompanhado muitas pessoas passando alternadamente, como num carrossel em movimento, por diversos estados emocionais, como medo, tristeza, luto, irritabilidade, ansiedade e mais recentemente, cansaço e tédio.

Estamos com muitas das nossas necessidades humanas desatendidas, dentre elas nossa autonomia, liberdade, previsibilidade, segurança, clareza, cuidado, proteção, potencial de escolha, tranquilidade, sociabilidade, leveza e saúde.

Neste período, temos acessado muitos dos nossos recursos e assim, nos reinventamos com o trabalho, com a forma de fazer nossos cursos, com as maneiras de termos alguma conexão com nossos entes queridos e até em como fazemos compras ou nos divertimos.

Porém, me parece que muitos de nós, estamos chegando num nível de estresse físico e mental preocupante. Isso me faz pensar em quais outros recursos podemos acessar para nosso autocuidado. O e-mail que recebi esta semana do Oren Jay Sofer, facilitador de Comunicação Não-Violenta e praticante e professor de Meditação, fez todo sentido para mim, além de me nutrir.

Ele diz:

“Em tempos difíceis, existem duas habilidades essenciais para dominar: elevar o coração e honrar as dificuldades.

Elevar o coração é encontrar a bondade na vida. Essa é uma habilidade que podemos desenvolver e assume muitas formas: perceber a beleza, cultivar a alegria, aprofundar a amizade, refletir sobre a gratidão, oferecer serviço, generosidade e muito mais.

Elevar o coração é alimento para o espírito. Sem ele, ou não temos resiliência para lidar com as adversidades ou ficamos exaustos.

No entanto, se tudo o que fizermos for observar o bem, podemos nos desconectar da verdade de que a vida também inclui sofrimento.

Elevar o coração é equilibrado por honrar o que é difícil. Existem inúmeras maneiras de compreender e encontrar ternura com o sofrimento: cultivando a compaixão, relaxando com paciência, fortalecendo a resolução, desenvolvendo sabedoria e reconhecendo nossa humanidade compartilhada.”


Acredito que a conexão com nossos sentimentos com um acolhimento amoroso e gentil pelas nossas dores é um alento para nossa alma. Viver nosso luto não só na dimensão privada, mas também na pública é outro alento que podemos encontrar, afinal todos estamos – de alguma maneira - vivendo perdas. E ainda, quando experimentamos a compassividade em nossos corpos e mentes, lembrando que todos os seres humanos anseiam pelo bem-estar e por conexões humanas significativas, os nossos atos de serviço e de generosidade podem ganhar em qualidade e intensidade.

Tomara que esses recursos possam nos enriquecer ainda mais e também nos nutrir para que continuemos caminhando no terreno desafiador dos tempos de pandemia. Quem sabe não estaremos mais sábios após atravessarmos estes tempos?


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praticando a empatia silenciosa

17/2/2021

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Costumo dizer que praticar a Comunicação Não-Violenta (CNV) no nosso dia-a-dia é como aprender a dirigir um carro. Conhecemos a embreagem, o freio, o acelerador, nos ensinam como acender faróis, usar a seta, dar ré, etc.

No início, o carro morre, batemos o pneu na guia, fazemos algumas barbeiragens. Com a prática ganhamos fluidez e acabamos por desenvolver um estilo próprio de direção. Alguns de nós são cuidadosos, outros audaciosos, uns medrosos, alguns se preocupam com todos no trânsito, outros estão focados em seu destino. O que, enfim, nos torna motoristas de carros é a nossa prática, que é apoiada pelo processo de aprendizagem e pode incrementar nossas competências e habilidades.

Para nos tornarmos habilidosos praticantes de uma linguagem e uma forma de nos relacionarmos, com o outro e conosco, que seja cuidadosa, empática e que busca por conexão,  não é diferente. Além de nossa intencionalidade para produzir relações respeitosas, o que pode funcionar bem é aprender e praticar. E, praticar muito.

“A conscientização sempre é a primeira parte do processo de aprendizagem, e a prática silenciosa para se conscientizar dos bloqueios à conexão é crucial para aprender a reconhecer rapidamente os padrões de comunicação que você pode mudar.”*

Um recurso que pode nos apoiar nessa curva de aprendizado e incorporação da CNV é a prática da empatia silenciosa. Ela nos dá suporte para criarmos um diálogo interno quando estamos diante de uma interação desafiadora. Ela também pode ser útil para substituirmos nossas tendências automáticas à reatividade, modelos de ataque ou defesa ou afastamento silencioso e preditor de ressentimentos.  Com a prática da empatia silenciosa, fortalecermos nosso potencial de abertura e ampliação do campo da compreensão profunda do que está vivo naquele momento em nós mesmos – autoempatia – ao mesmo tempo em que ficamos gentilmente curiosos para imaginar o que está vivo no outro. Para isso, por um momento, transcendemos nossa tendência a querer ter razão ou expressar nossa discordância, sem que abandonemos nosso ponto de vista e nossa ética, apenas acomodamos isso num canto protegido dentro de nós, para voltar a ele em outro momento.

Um fator interessante desta prática silenciosa de CNV é que podemos praticar em todos os ambientes que frequentamos, com grande parte das pessoas com quem nos relacionamos, e ainda, com os diversos grupos sociais aos quais pertencemos.

Ao praticarmos internamente a empatia,  alternando com a autoempatia, mantemos o foco nos aspectos mais internos das pessoas, seus sentimentos e, principalmente, suas necessidades.

Marshall Rosenberg nos lembrou que tudo o que fazemos é para atender nossas necessidades. Às vezes, a forma que usamos para buscar esse atendimento é cuidadosa e outras vezes é trágica. Seja como for, as necessidades humanas são sempre legítimas.

A empatia silenciosa pode produzir uma forte conexão empática conosco e com o(s) outro(s) e assim impactar as nossas expressões verbais, corporais e nossas ações na direção da humanização profunda e minimização da imagem do inimigo ou demonização do outro.

Vamos a um exemplo fictício.

A semana passada combinei uma reunião com minhas colegas de trabalho para definirmos juntas as diretrizes de nosso ano junto a uma empresa a qual prestamos serviço. Essa reunião estava marcada para às 9h horas e uma das colegas chegou às 9h30, fato que, objetivamente, atrasou o andamento da nossa pauta. Minha primeira reação poderia ser emitir meu julgamento condenatório, que certamente não iria produzir conexão: - Que absurdo, você não se importa com o grupo que está aqui desde às 9h?

Ou então, eu poderia, silenciosamente, cuidar do meu aborrecimento e validar minhas necessidades de cuidado, fluxo, tempo e participação e se não estivesse muito segura de usar uma linguagem não-violenta com ela, poderia produzir um diálogo empático silencioso. Poderia ficar curiosa em relação ao que ela estaria pensando, sentindo e necessitando quando se atrasou por 30 minutos deixando 12 pessoas na espera. E também lhe dar o benefício da dúvida: - Será que ela tinha clareza do horário da reunião?

​Teria acontecido algum imprevisto no percurso? Quais seriam então as suas necessidades?

​Ao fazermos a empatia silenciosa evitamos a condenação apressada do outro e investigamos com interesse genuíno sua experiência interna do momento.  O resultado desse processo é a criação de um campo sistêmico, entre mim e o outro, com uma disponibilidade para a compreensão profunda de nossas humanidades. O que vem a seguir, pode vir motivado pela intenção da conexão humana da melhor qualidade.
 
*Comunicação Não Violenta no Trabalho – um guia prático para se comunicar com eficácia e empatia – Ike Lasater com Julie Stiles – Colibri, 2020.
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Existe um “eu” desconectado do “nós”?

15/5/2020

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Tenho refletido e me desafiado a trazer mais clareza para uma questão que nesses tempos de pandemia está emergindo.  Minhas reflexões têm base nos meus campos de saber, estudo e prática, que são a psicologia, a mediação de conflitos e a Comunicação Não-Violenta, a CNV.

O tema, de onde ouço, é: “Será que uma pessoa tem um valor ou uma necessidade que é exclusivamente sua, isto é, um valor ou uma necessidade individual, sem relação com o todo, com o coletivo? ”

Será que podemos dizer que o valor de liberdade, autonomia e potencial de escolha de uma pessoa pode ser expresso sem afetar o outro, ou os outros?

Trago essa reflexão para um concreto atual.

Há um mês atrás, no início da crise do coronavírus, encontrei um vizinho no supermercado, eu o conheço, ele mora com sua esposa no mesmo andar do prédio em que resido. Ele estava com 3 carrinhos de compras bem cheios, um deles só de papel higiênico. Fiquei curiosa e chequei com ele se ele estava fazendo compras para outras famílias, ele me disse que era só para ele e esposa. Me disse que estava muito preocupado e queria garantir o seu bem-estar nesse período. Confesso que fiquei um tanto indignada, emiti na minha mente, alguns julgamentos condenando-o ao lugar de egoísta e tal. Depois de um tempinho, naquele segundo olhar para a situação, repensei e busquei compreender ampla e empaticamente o meu vizinho. Sim, talvez ele seja um marido cuidadoso, talvez ele se sinta responsável pelo bem-estar do casal, talvez suas necessidades de previsibilidade, segurança, proteção e potência estavam tentando ser atendidas naquele gesto de fazer uma compra gigante. E pode ser que ele estivesse convivendo com sentimentos de muita insegurança, medo, impotência e até um certo desamparo simbólico com o caos anunciado. Essa maneira de lidar com esse encontro com o vizinho, acalentou meu coração. Agora, eu estava me relacionando com um ser humano, com sentimentos e necessidades vivos e pulsantes. Eu havia conseguido empatizar com ele.

Só que, nem sempre nossas ações para atendermos nossas necessidades cuidam do todo, nem sempre elas são éticas. E podemos estar diante dessa questão nesse exemplo.

Onde ficaria o fato de que outras pessoas que também precisam de papel higiênico, por exemplo? Será que elas foram vistas na atitude do vizinho? Como podemos, então, atender nossas necessidades de cuidado,  inclusão, mutualidade e senso de pertencimento comunitário e continuar atendendo as de bem-estar, segurança, proteção?

A questão, para mim, tem um tom filosófico e ético e seria, qual a relação entre o “eu” e o “nós”? Se não pudermos colocar o “eu” na relação com o “nós”, o que estaremos produzindo em nossas vidas em comunidade? E será que existe a minha liberdade, ou talvez seria mais útil pensarmos em nossa liberdade?

Parece-me que ao longo do desenvolvimento da humanidade, saímos de uma condição de identidade fundida na coletividade, em que o indivíduo era ligado ao sobrenome da família, ou era identificado pela cidade em que habitava e passamos para um projeto de individualismo e liberalismo em que o indivíduo se apartou do coletivo. Nossa consciência de interconectividade foi esquecida. Acreditamos na liberdade e na autonomia individual e não a relacionamos com o todo. Nesta perspectiva, o “eu” e o mundo, os outros, o coletivo estão sem relação. Talvez estejamos vivendo a falta do senso de relação.

Como seria:
​
Relacionar o que é importante para mim com o que é importante para a comunidade em que vivo?

Relacionar minha liberdade e autonomia com o cuidado, a proteção e segurança coletiva?

Relacionar a maneira como me expresso verbalmente com como isso cuida do outro e dos outros?

Relacionar meu desejo de obter bem-estar e abastecer minha casa numa época de crise, com o reconhecimento de que todos precisam abastecer suas casas.

Relacionar que quando me omito diante das injustiças sociais porque não quero me indispor com meus grupos de pertencimento, talvez eu esteja coconstruindo uma realidade injusta e violenta para muitos e, portanto, para mim mesma.  

Relacionar que o café que tomo de manhã, só chegou em minha casa porque outras pessoas plantaram, colheram, processaram, embalaram, transportaram e me venderam.

Relacionar que o “eu” só existe na dimensão do “nós”.
​
Assim, de onde entendo, os valores e as necessidades humanas são termos que carregam em si a semente do coletivo. São maneiras de olharmos para o que cuida e legitima a vida que pulsa em todos nós e que insiste lindamente em se expressar, buscando honrar a todos nós com o senso da dignidade humana.
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Letramento Emocional

13/3/2020

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Comunicação Não-Violenta nas Relações de Trabalho

22/1/2020

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Essa tal de empatia

25/11/2019

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Considero a comunicação uma das habilidades mais importantes que temos na vida e em algumas circunstâncias ela pode nos servir de ponte que une ou de muro que separa.

Me recordo de momentos que me senti mal por não ter sido compreendida ou por alguém sentir-se assim por eu não ter sabido me expressar. E essa inabilidade em muitos casos trouxe o desgaste as minhas relação e consequentemente a um afastamento. Porém, nos casos em que a comunicação foi fluida, a sensação era de conexão e o sentimento de bem-estar.

Eu me perguntava qual seria o ponto de conexão entre as pessoas?

Curiosa por responder essa pergunta fui em busca de teorias e acabei chegando na tal da escuta empática, que para alguns é a capacidade psicológica de compreender o sentimento ou emoção de outra pessoa por trás das palavras.

Num primeiro momento ao ler essa explicação do que é uma escuta empática, tive a impressão de já praticá-la, mas ao investigar mais a fundo e principalmente após conhecer e passar a praticar a Comunicação Não-Violenta pude reconhecer que infelizmente era bem difícil me colocar no lugar de outra pessoa e entender o mundo como ela via. Até porque, geralmente eu estava muito ocupada com as conversas dentro da minha cabeça, minha tendência era interpretar as coisas segundo minha própria experiência e achar que as pessoas pensavam ou deveriam pensar e sentir como eu.

Isso acabava por me levar aquele velho lugar conhecido de quem está com a razão, do certo e errado, do bom e do mau, feio e bonito, pois afinal fomos educados a interpretar a realidade dessa forma, assumindo que a maneira como vemos as coisas equivale ao modo como elas realmente são ou deveriam ser e ponto. E então fazia-se o muro entre mim e o outro.

Lembro de quando exercitei a escuta empática pela primeira vez num curso de CNV e os facilitadores disseram: “Você vai escutar em silêncio o que o outro tem a dizer, sem dar conselhos, falar de si, fazer perguntas, corrigir ou criticar, apenas mantenha-se presente, com atenção e curiosidade. Busque se conectar-se aos sentimentos e necessidades do outro, enquanto se observa como ouvinte.”

A princípio parecia algo simples, mas durante o exercício percebi que saí da minha zona de conforto, fiquei tensa, queria ouvir e compreender cada palavra que o outro me dizia e quando me identificava com alguma parte da história, minha cabeça logo me levava para outro lugar.

Mas com o tempo fui aprendendo a relaxar, a não querer controlar meus pensamentos e fui percebendo o que de fato era estar presente e observar. Quanto mais eu me conectava com os sentimentos e necessidades da outra pessoa, quanto mais caminhava com ela para compreender o seu mundo, sua história, suas escolhas, mesmo que eu não concordasse com elas, abria-se uma oportunidade de conexão entre nós.

Essa capacidade de escutar e sermos empáticos me faz lembrar Alberto Caeiro quando diz:
“Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.” Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.”

A prática também me ajudou a desassociar a imagem de empatia com ser “boazinha”, simpática ou ter de sempre concordar com o outro, pois compreendi que antes era preciso reconhecer e me responsabilizar pelos meus próprios sentimentos e necessidades, cultivando autonomia para escolher de forma consciente o que fazer, sem culpar, julgar ou criticar o outro.

Acredito que escutar com empática nos possibilita uma mudança de postura, um olhar mais distanciado diante das situações e abre um espaço de curiosidade que pode gerar uma vontade genuína de agir de forma diferente, melhorando assim a qualidade de nossos relacionamentos.
​
Me arrisco a dizer que esse caminho que a Comunicação Não-Violenta nos propõe é longo e contínuo, mas encurta a distância entre as pessoas, cria conexões e nos tira do modo automático e reativo nos para uma mudança de comportamento. Para quem está disposto a ser a mudança que quer ver no mundo, creio que esse é um bom caminho.

Por Cristiane de Paula

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