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RESILIÊNCIA: DAR A VOLTA POR CIMA

27/5/2019

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Outro dia ouvi uma canção que há tempos não ouvia. Ela se chama Volta Por Cima, foi composta por Paulo Vanzolini, que além de ser um grande compositor muito sensível, era também um renomado zoólogo e foi meu professor na USP onde fiz minha primeira formação em Ciências Biológicas. Foi lançada em 1963 na voz do cantor Noite Ilustrada.

Lá se vão muitos anos………, muitas águas rolaram desde aquela época de faculdade, onde me formei em 1971, mas essa canção continua atual, porque ela fala de uma forma de enfrentar os reveses da vida, pois eles aconteceram, ainda acontecem e acontecerão na vida de cada um de nós, em maior ou menor grau.

Daí pensei, todos passamos por isso, mas cada um tem seu jeito de lidar com esses reveses. Uns com maior leveza outros nem tanto. Então, lembrei da Resiliência que é bem traduzida na letra dessa canção. Ela diz assim:

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima

Vemos aqui pela letra dessa famosa canção que a questão não é não chorar…. a questão é, depois  de chorar, levantar, continuar a vida, se possível tirar algum aprendizado disso, e assim dar a volta por cima.

O filósofo chinês Confúcio disse “A maior glória não está em não cair nunca, mas em se levantar depois de todas as quedas”.

Essa ideia é corroborada por um provérbio japonês que diz: “Caia sete vezes. Levante-se oito”.
Então, a Resiliência é isso: “A capacidade de uma pessoa ou grupo de se recuperar perante a adversidade. Ultrapassá-la para continuar a seguir com sua vida”.

O termo RESILIÊNCIA é oriundo da Física que o define como: “A capacidade dos materiais de resistirem aos choques e voltarem ao seu estado normal após sofrerem pressão”.

Então, comparando-nos com os “materiais”, nós também sofremos choques e pressões, mas quando conseguimos nos recuperar e seguir em frente dizemos que fomos Resilientes.

Assim, as Ciências Sociais emprestaram da Física o termo e a definição, e a refrasearam substituindo a palavra Materiais pelas palavras Pessoas e Grupos.

Entretanto, ser resiliente e dar a volta por cima não significa fingir que nada aconteceu. Aconteceu sim, mas tivemos a força e a coragem de levantar e tocar em frente a nossa vida.

Também não significa ser perseverante, pois a perseverança é a persistência na busca e na luta para alcançar nossos sonhos e desejos. A resiliência vai além disso. Ela nos ajuda a enxergar uma situação desfavorável, desagradável, difícil e que parece intransponível como algo positivo. E isso acontece quando temos a abertura para encarar tal situação e perceber que ela tem vários ângulos e perspectivas e, o que parecia ruim pode ser bom, assim como o que parecia bom pode ser ruim.

Vou dar um exemplo que talvez muitos de vocês já conheçam, mas ele ilustra bem o que quero mostrar. É a história de dois vendedores que trabalhavam em uma indústria de calçados que desenvolveu um projeto de exportação para a Índia, e enviou os dois vendedores a pontos diferentes desse país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado.

Depois de alguns dias de pesquisa, um deles enviou a seguinte mensagem para a empresa: “Chefe, cancele a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”.
​
Sem saber dessa mensagem, o segundo consultor enviou a seguinte observação: “Chefe triplique a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”.

Moral da história: Um achou que não usar sapatos era um problema para as vendas e o outro achou que isso era uma solução maravilhosa. Situações idênticas, percepções diametralmente opostas. O 1o perderia a oportunidade – enxergando apenas um problema e o 2o enxerga uma grande oportunidade.

​Por Rosane Schikmann – Coach e Mediadora de Conflitos
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A força do diálogo

27/5/2019

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Faz sentido para você pensar que diálogo é uma conversa em que uma pessoa está genuinamente com disponibilidade de escutar a outra, e, a outra está interessada e curiosa sobre o que a primeira está narrando?

 Talvez a escuta ativa seja a base do diálogo. E o interesse ou a curiosidade, bem como o desejo de compreensão seja a outra perna desse intercâmbio entre as pessoas.

Quando num diálogo alguém é ouvido verdadeiramente, há uma transformação em quem narra e em quem escuta e faz perguntas abertas e generativas.

O diálogo opera para além dos julgamentos condenatórios, preconceitos e diagnósticos. Quando meu colega de trabalho me diz que gostaria de ir almoçar sozinho, eu posso lhe perguntar se ele não quer minha companhia porque não gosta de mim, criando uma base de relacionamento de desconfiança, a partir de meus pressupostos, ou, posso perguntar se ele precisa de um tempo para se conectar consigo mesmo, ou ainda quais necessidades ele está buscando atender quando escolher ficar só.  

O diálogo pode ser entendido como uma maneira intencional de fazermos uma reflexão conjunta, uma fertilização mútua e uma observação coletiva com a participação de todos na experiência, para fazermos nascer novas percepções, compreensões e ideias.

David Joseph Bohm (1917-1992) foi um físico estadunidense, residente na Inglaterra, que estudou esse tema com profundidade.

Observou que temos um automatismo para nos colocar no campo entre o concordo e não-concordo, que pode ser reducionista e próprio do pensamento linear e pouco complexo.
Dia + logo    dia = por meio de, através de   e    logo = a palavra, o sentido da palavra

  • Consigo mesmo, com o outro, com muitos.
  • Uma sucessão de sentidos fluindo através de vários de nós ou entre nós 2.
  • Surge algo novo, que não estava presente antes.
  • Não tento ganhar (isso é debate ou discussão), não jogo contra o outro.
  • O sentido compartilhado é o que mantém as sociedades juntas, como um adesivo, um cimento.
  • Discussão e /ou debate é para analisar e fraccionar. Tem seu lugar e função, mas não é diálogo.
  • Diálogo também é diferente de barganha. Ex. política e relação mãe-filho.
  • Perguntar: “O que quero ver produzido? ”

PRESUNÇÃO ou OPINIÃO:
  • Está presente em todos nós e em todas as culturas, vem de experiências prévias. Cada um tem uma opinião: sentido da vida, interesse próprio, interesse do país, religião.
  • Defender uma presunção é, muitas vezes, eliminar tudo que for novo. Às vezes, não temos consciência de estarmos defendendo uma presunção/opinião. “Sentimos” que algo é verdadeiro e o defendemos quando alguém discorda. Ex: “O espiritismo é melhor que o catolicismo”. Cada um acha que está certo e não tem diálogo, o novo não é construído. No diálogo, observamos as diferentes opiniões sem decidir.

Para dialogarmos, primeiro suspendemos nossas presunções (elas estão lá, só estão suspensas). É algo como ouvir e não acreditar, nem desacreditar, deixar o julgamento de lado por um tempo. Compreender sem hostilidade. E depois do encontro com o outro, podemos resolver o que vamos fazer com o que escutamos do (s) outro (s).

O diálogo quer abrir um espaço (um vazio que pode nos angustiar), onde não estamos obrigados ou convidados a fazer coisa alguma, nem chegar a conclusões.

As pessoas pensam juntas, constroem sentidos e significam os eventos juntas – pensamento coletivo. Um tem uma ideia, o outro a acolhe, o outro acrescenta algo e o pensamento flui, o que é diferente de tentar convencer o outro. Assim, diálogo tem relação com a comunicação no sentido de participação e conexão. Todos somos partes do que é construído através das palavras e ideias.

“Se cada um de nós nesta sala está suspendendo, então estaremos todos fazendo a mesma coisa. Estamos todos olhando para tudo, juntos. O conteúdo de nossa consciência é essencialmente o mesmo. De fato, um tipo diferente de consciência é possível entre nós, uma consciência participativa – como de fato a consciência sempre é(…). Tudo pode mudar entre nós. Cada pessoa está participando, é parte do sentido integral do grupo e também está participando nele. Podemos denominar isto de um verdadeiro diálogo. ” (1990)

Bohm, David, SOBRE O DIÁLOGO, palestra proferida em Ojai Califórnia em 06/11/1989.
Bohm, David, Diálogo. Comunicação e Redes de Convivência, Palas Athena, SP

​Por Lucia Nabão
Psicóloga, Mediadora de Conflitos e Facilitadora de Processos em Comunicação Não-Violenta
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PONTOS DE VISTA

27/5/2019

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​Você lembra daquele filme “O curioso caso de Benjamin Button”? o personagem dizia: “Nossas vidas são definidas pelas oportunidades. Até mesmo aquelas que perdemos”.

Winston Churchill (primeiro ministro inglês por 2 vezes entre 1940 e 1955) dizia: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.

Perdemos boas oportunidades quando nos baseamos em rótulos, julgamentos que nos levam a encaixar tudo dentro dos padrões que conhecemos. Com isso, não estamos abertos a admitir e conhecer outros padrões, outros modelos, outras possibilidades. Isso, nos impede de enxergar mais além.

Você conhece aquela história que conta que em uma crise tem aqueles que “sentam e choram” e aqueles que na mesma crise “abrem uma fábrica de lenços” para suprir o aumento do consumo de lenços pela choradeira? Então, tudo depende do ponto de vista.

Assim, dá para dizer que ampliar nossa visão pode ser um recurso importante para enxergar novas perspectivas. Ampliar a visão significa observar a situação, as questões e as dificuldades sob vários ângulos e com isso, achar saídas e caminhos que poderiam estar escondidos por conta da visão restrita.

Gosto muito de ilustrar o que digo com histórias, músicas, fábulas, etc. Então, para não perder o costume, contarei uma história que na realidade é uma Fábula que os chineses contam para as crianças ainda pequenas para ir mostrando para elas como é importante ampliar a visão e explorar diferentes perspectivas. Ela se chama:

A FÁBULA DE SAI WONG:
Sai Wong perdeu seu cavalo. Seus vizinhos do vilarejo vieram para consolá-lo. Ele falou sobre a perda do seu cavalo: “Isto pode não ser algo tão ruim”.

Depois de alguns dias seu cavalo voltou. Todos os seus vizinhos disseram para ele “Você estava certo!” Ele responde “Isto pode não ser uma coisa boa”.

No outro dia seu filho montou no cavalo e caiu. Ele quebrou a perna. Os vizinhos disseram “certamente isso que aconteceu foi uma coisa terrível”. Ele respondeu novamente “Não necessariamente”.

Logo depois do acidente, o país estava chamando todos os jovens para se alistar e lutar com o Estado vizinho. Seu filho não foi convocado devido a sua perna quebrada.

A moral da história é que Sai Wong foi capaz de encontrar o outro lado da história, o outro lado dos fatos, e conseguiu mostrar que “O que parece ser, não é exatamente o que é, pode ser diferente” porque tem uma parte escondida que nem sempre está evidente e para isso temos que buscar olhar por todos os ângulos e pontos de vista. Cavocar, cavocar, até achar o que está oculto.

Para concluir esta parte, a parte chinesa desta conversa, (é que já prestei consultoria para algumas empresas chinesas e para isso tive que estudar bastante a cultura da China) trago a história do:

BAMBU CHINÊS
Depois de plantada a semente do bambu chinês, vê-se durante quatro anos apenas o lento desabrochar de um diminuto broto. Não se percebe que ali está um pé de bambu.

Durante quatro anos, todo o crescimento é subterrâneo, numa estrutura de raiz, que se estende pela terra. Entretanto, no quinto ano,  de forma surpreendente para os que não conhecem, o bambu chinês começa a crescer rapidamente, até atingir vinte e quatro metros.

O bambu chinês só atinge os vinte e quatro metros porque, durante quatro anos, desenvolveu uma  maciça estrutura de raiz. 

Este texto tem a ver com a nossa vida. Muitas vezes esperamos os resultados imediatos e nos sentimos frustrados em não atingi-los. Você trabalha, investe tempo e esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e, às vezes, não se vê nada por semanas, meses ou mesmo anos. Precisamos nos conscientizar que tudo tem seu ciclo que precisa ser respeitado.
​
Temos de ter a paciência, o “quinto ano” chegará, e, da mesma forma que com o bambu chinês, muitos ficarão surpreendidos. Agora, se você cortar o broto, não terá um pé de bambu.

Por Rosane Schikmann – Coach e Mediadora de Conflitos
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