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Cultura de Paz – Distinções entre Violência, Não-Violência e Passividade

25/1/2019

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Penso que estamos vivendo num mundo em crise e onde muitas formas de violência têm atravessado vários setores, desde a ecologia, passando pela política, família, escola e chegando em nossas relações interpessoais e coletivas.

Quando observo a cultura de entretenimento lucrando com a exposição constante da violência por meio de filmes, jogos, livros e música, fico assustada e preocupada, pois entendo que isso ajuda a incrementar a violência, além de banaliza-la. Estamos nos divertindo com o consumo da violência! Aquilo que fere e causa danos ao outro ser humano é parte do nosso lazer!

Ao falarmos em cultura de paz, violência ou não-violência, o que mesmo estamos querendo dizer? Como discriminar violência, não-violência e passividade? Será que achamos que fazer nascer um “eu não-violento” é ficar bonzinho? Vamos refletir.

A violência é aquilo que submete a pessoa a uma situação cruel e lhe retira os seus direitos. As formas autocratas de dominação por dinheiro, por território, por religião ou pela força física geram violência. Violência tem a ver com exclusão e com o não atendimento das necessidades humanas e universais.

Quanto mais uma sociedade cria grupos de exclusão, mais violenta fica. A violência ocorre quando um dos protagonistas exerce sobre o outro uma ameaça de exclusão, de eliminação e de morte. Na expressão da violência o ser humano passa a ser um objeto. Por isso, a violência nunca é justa e desumaniza as relações.

EU FALARIA TAMBÉM EM VIOLÊNCIA NA COMUNICAÇÃO, OU O QUE CHAMAMOS DE COMUNICAÇÃO VIOLENTA.

A passividade tem relação com aquela posição de que se “eu não estou fazendo mal, não estou colaborando para a violência”. Não há implicação do sujeito com a história que está sendo coletivamente produzida. É o pensamento recorrente e comum de “não tenho nada com isso; O que eu posso fazer? ” Ou, “ não adianta, o mundo não vai mudar! ” E ainda, é comum a ideia de que “alguém vai dar um jeito nesse caos que estamos vivendo”.  Não há implicação do sujeito com o que está acontecendo ao seu redor e não há empoderamento deste para participar de uma transformação social.

A não-violência é ativa. Eu entro no conflito para transformá-lo, digo “não” para a usurpação dos direitos e necessidades humanos. A forma como faço isso é respeitosa, compassiva, humanizada.

Gandhi, Martin Luther King e outros grandes pacifistas usaram da resistência pacífica e da desobediência civil para lutar contra as injustiças e obter dignidade para todos.

No paradigma não-violência, eu me empodero dos meus direitos, os direitos de ter minhas necessidades humanas universais atendidas e contribuo para que todos as tenham.

A não-violência quer conjugar a justiça, a liberdade, a dignidade, e quer que todos possam usufruir desses valores.

A prática da não-violência é um trabalho árduo, exige coragem, pois suas expressões incomodam os sistemas sociais estabelecidos, e, muitas vezes, opressores. Ela é construída a partir do reconhecimento da nossa própria violência, para então, fazermos a troca dessa consciência guerreira, competitiva e abusiva para uma consciência altruísta, generosa e corresponsável pelo mundo que gostaríamos de estar pertencendo.

“Essa é a essência do princípio da não-cooperação não-violenta. Deve ter suas raízes no amor. Seu objetivo não deve ser punir o oponente ou inflingir-lhe qualquer injúria. Mesmo enquanto não cooperamos com ele, devemos fazê-lo sentir que tem em nós um amigo. Devemos também tentar atingir seu coração, prestando-lhe um serviço humanitário, sempre que possível. ” – Mahatma Gandhi

Por Lucia Maria Nabão – Outubro/2017
Psicóloga e facilitadora de Comunicação Não-Violenta
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O “Poder-Sobre” e o “Poder-Com” – CNV e Família

24/1/2019

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Pensamos em família como um grupo de pessoas ligadas por um forte vínculo afetivo e com muitas demandas. As famílias recebem influência do sistema, isto é, da cultura, das religiões, da mídia, dos seus antepassados, entre outras.

Num modelo bem tradicional, os pais são responsáveis de muitas maneiras pelos filhos, em sua formação, educação, sobrevivência, saúde e segurança. Eles se apropriam do poder, do saber e da responsabilidade e lidam com os filhos numa relação vertical. Exercem certa autocracia, fato nomeado na abordagem da Comunicação Não-Violenta de “poder-sobre”.

Muitas vezes, nessa forma relacional, os pais sentem-se satisfeitos em estarem cumprindo com seus papéis e suas necessidades ficam atendidas.

Mas, a mesma satisfação não é encontrada nos filhos, pois suas necessidades não estão sendo vistas. Deste desencontro, pode nascer muitos dos conflitos familiares.

Estamos falando de pais e filhos, mas o mesmo pode acontecer entre marido e mulher, avós e netos, irmãos, etc.

A CNV oferece uma nova base de relacionamentos familiares e interpessoais, nomeada por “poder-com”. Um lado vai se conectar com suas necessidades e também buscar saber as necessidades do outro. Quando as necessidades de ambas as partes envolvidas são nomeadas, os acordos possíveis ficam próximos e tangíveis. Abre-se um leque criativo de estratégias com o objetivo de atender parcialmente a todos.

Vamos a um exemplo:
Uma mãe relatou-me que sua filha de 14 anos tinha muita dificuldade de acordar na hora certa para tomar café com a família e depois ir para a escola e chegar na hora. Todos os dias a garota se atrasava e a mãe ficava raivosa. Essa mãe, que levava a filha para a escola e ia trabalhar, já havia tentado de muitas formas, a garota tinha 3 despertadores no seu quarto. Nada resolvia e a mãe estava frustrada e a filha confusa.

Quando a mãe pode colocar as necessidades da filha (dormir um pouco mais, descansar, acordar com calma) para conversar com suas próprias necessidades (levar a filha para a escola, participar, organizar, respeitar, expressar sua responsabilidade de mãe), juntas decidiram que a menina iria dormir mais 15 minutos todas os dias e que tomaria seu café da manhã no intervalo das aulas. Essa foi uma saída criativa, produzida pelo olhar das necessidades das duas pessoas.
Como seria para você compartilhar o poder, compartilhar as responsabilidades e o saber com sua família? Quer experimentar? Pode ser surpreendente!

Por Lucia Maria de Oliveira Nabão
Psicóloga, Mediadora de Conflitos e Facilitadora de Processos em CNV
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